Saturday 9 March 2013

Reaprendendo a Respirar

Você deve estar pensando: "Oras, mas eu estou respirando, logo sei respirar!" Entretanto a maioria das pessoas desaprenderam a respirar corretamente ao longo de suas vidas.
Observe uma criança pequena dormindo. Veja como sua barriguinha sobe e desce, numa calma de fazer inveja. Essa é a respiração diafragmática ou abdominal. Agora lembre-se dessa mesma criança chorando ou assustada. Essa é a respiração torácica. 

Respirar como um bebê pode ser a chave para lidar com a síndrome do pânico, transtorno de ansiedade caracterizado por crises de falta de ar, taquicardia e sensação de que se vai perder o controle, entre outros sintomas.

Os bebês respiram naturalmente com o diafragma (um músculo em forma de cúpula que fica abaixo dos pulmões). Estudos mostram que quando chegamos ao mundo respiramos de forma correta e vamos desaprendendo ao longo do caminho, não se sabe em que fase e nem porque isso ocorre. Passamos a usar músculos acessórios para respirar (uma combinação de músculos no peito, ombros e pescoço) no lugar do diafragma. Usar mais músculos exige mais esforço e piora a falta de ar. Você pode e deve reaprender a respirar com o diafragma, porque dessa forma você estará usando somente um músculo para respirar ao invés de muitos, consumindo menos energia.

Respiração diafragmática ou abdominal consiste em: ao inspirar, empurrar o abdômen para fora; ao expirar, encolher a barriga e com pouca ou nenhuma movimentação do peito. O diafragma, é quem rege o ciclo. 
A prática garante maior concentração de oxigênio, acalma e relaxa. 
O problema é que, ao longo de nosso desenvolvimento, passamos a adotar a respiração peitoral, principalmente quando estamos ansiosos. E vários estudos mostram que os ataques de pânico podem ter relação com um desequilíbrio de gás carbono (CO²) na corrente sangüínea.  

Especialistas afirmam que a reeducação respiratória, além de prevenir doenças, reduz o estresse, a hipertensão, a depressão e ajuda a rejuvenescer e emagrecer. Auxilia também a tranquilizar o emocional da pessoa e induz o relaxamento.

Num local calmo, em casa, tente a respiração diafragmática da seguinte maneira:

deitado, coloque uma mão na barriga, logo acima do umbigo, e a outra no peito.

inale muito lentamente, procurando fazer de sua barriga um balão expandindo-se. A mão da barriga deve subir e a mão do tórax deve se mexer muito pouco. Respire com muita calma, de maneira regular e suave.

expire muito lentamente, mais ou menos na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar. Se aguentar, fique um ou dois segundos antes de começar um novo ciclo.
Quando estiver dominando a técnica, você conseguirá fazer corretamente a respiração abdominal quando precisar. Passe a empregá-la em situações de tensão. Pode ser no meio de uma reunião (ninguém vai notar), meio minuto antes de atender aquele cliente importante, no meio do trânsito e principalmente no meio de uma crise de pânico.

Para assistir uma pequena matéria feita pelo Fantástico sobre isso, clique aqui.


Por favor, me conte se essa técnica está te ajudando! :) 

Quais são os piores sintomas?

Das toneladas de sintomas que você tem ou já teve, quais são os que você mais odeia? 

Obviamente não gosto de nenhum dos sintomas, mas se eu tivesse que escolher entre este ou aquele, esses daqui são os que odeio mais:


- Taquicardia
- Tontura
- Dor no peito
- Medo de perder o controle
- Medo de enlouquecer
- Dores/Pontadas na cabeça
- Assustar-se facilmente
- Ondas de frio e calor
- Desespero


Esta lista representa os sintomas que eu tive durante o tempo que enfrentei o pânico. Os sintomas estão em ordem do pior para o “melhor”, mas todos eles, de uma forma ou de outra, me causaram uma grande frustração e, por vezes, raiva. As palpitações foi o primeiro sintoma que eu consegui controlar. Depois de ter feito vários exames no cardiologista e todos eles terem tido resultados normais, decidi que eu tinha que parar de achar que eu tinha algum problema de coração. Acredito que você já tenha ido no médico também e ele disse que você é perfeitamente saudável, né? Pois bem, depois de ter tido a certeza que eu realmente não tinha nenhum problema de coração, passei a respirar fundo toda vez que meu coração disparava, tentava controlar minha respiração e me concentrar no que estava fazendo ou estava prestes a fazer. Então, sem me dar conta, meu coração já estava batendo normalmente.

Uma coisa muito importante nesse momento de pânico é a respiração. Você precisa aprender a respirar novamente, como os bebês. O nome dessa técnica é Respiração Diafragmática.

Respiração Diafragmática é a forma como respiramos ao nascer: ao inspirar, empurramos o abdômen para fora; ao expirar, encolhemos a barriga e há pouca ou nenhuma movimentação do peito. O diafragma, músculo que sustenta os órgãos da parte superior do corpo, é quem rege o ciclo. A prática garante maior concentração de oxigênio, acalma e relaxa.
O problema é que, ao longo de nosso desenvolvimento, passamos a adotar a respiração peitoral, principalmente quando estamos ansiosos. E vários estudos mostram que os ataques de pânico podem ter relação com um desequilíbrio de gás carbono (CO²) na corrente sangüínea.

Em palavras simples, Respiração Diafragmática é quando respiramos movimentando a barriga e não o peito.

(Falarei mais sobre essa técnica no próximo post.)

Taquicardia e dor no peito, são os piores sintomas, porque eles imitam muito bem os sintomas de um ataque cardíaco. Então, não deixe a ansiedade te dominar nesse momento e trazer todos os outros sintomas com ela. Faça uma pausa, preste atenção na sua respiração, respire lentamente para se acalmar e permitir que seu corpo relaxe e seu ritmo cardíaco volte ao normal.

Tonturas. Como eu detesto tonturas. Tontura causa muito medo. Muito medo mesmo. E o que acontece quando você está com medo? Seu coração dispara, a adrenalina bate e você treme, sua, sente calor e sente frio. O medo é a porta. Se você abre a porta para a adrenalina entrar, todos os outros sintomas virão correndo e logo você estará sem controle. 
Demorou muito para eu perceber e entender que esses sintomas não são prejudiciais mas eles podem realmente estragar um dia de trabalho ou até mesmo um passeio. Num minuto você está tranquilo lendo alguma coisa e no outro você acha que vai morrer. Mas não vai.
A tontura, bem vamos dizer que eu não gosto de andar em terreno instável, e é exatamente como ela faz você se sentir. É como andar em um barco com pessoas demais em um lado.

As dores de cabeça, não eram bem dores de cabeça. Eu as chamo de "pontadas". São dores fortes em uma pequena área da cabeça, pode ser qualquer uma. A sensação é de que alguém te deu uma facada na cabeça. Eu achava que estava tendo um aneurisma. Mas aprendi que era só mais um dos sintomas do pânico. O poder da nossa mente é mesmo inacreditável. Precisamos aprender a usar todo esse poder a nosso favor aos invés de nos tornarmos nossos próprios inimigos.

Medo de perder o controle, medo de enlouquecer, medo de quando teremos mais um ataque. Medo. Medo. Medo. O medo é o que sempre nos afunda, que nos impede de ver os fatos logicamente e não nos permite enfrentar os sintomas da ansiedade.  Às vezes você fica algum tempo sem ter nenhum sintoma e acha que a vida está começando a voltar ao normal. Mas o medo não vai embora. Os sintomas até vão, mas o medo fica. Ele está ali sempre te lembrando de que tudo aquilo pode voltar a acontecer a qualquer momento.

Não tenha medo. Antes de qualquer sintoma, o medo é o que precisa ir embora primeiro. Mesmo que seu coração esteja disparado, seu peito doendo, sentido ondas de frio e calor, tonto, achando que está perdendo o controle sobre sua própria vida... lembre-se de não ficar com medo. Nada disso vai te matar, você não vai enlouquecer. Deixe o medo ir embora. Respire e se acalme e tudo vai voltar ao normal.

Eu sei que isso tudo pode te desanimar, mas lembre-se que, apesar desses sintomas serem assustadores, há muitas coisas que podemos fazer para controlar e até eliminar essas sensações estranhas, freqüentes e inexplicáveis.

Não sofra por antecipação, não fique aí sentado com medo do próximo ataque e evitando fazer coisas que gostaria de fazer.
Ao invés disso, tente aprender tudo o que puder sobre como controlar você mesmo e seja proativo na sua recuperação. 

Vai levar tempo... mas você consegue!

Ansiedade e Fobia

Como resultado de uma convivência com a ansiedade, você está vulnerável ao desenvolvimento de fobias.
Por exemplo, eu tive distúrbio de ansiedade por anos e consequentemente desenvolvi síndrome do pânico e como se não bastasse, também Agorafobia (medo de estar sozinho, medo de passar mal em local público, dependência de outros, sentimento de que o ambiente é irreal, agitação,  tremor... enfim). Uma coisa nada legal de se acontecer com uma menina de 20 e poucos anos. Mas, aconteceu e nada eu puder fazer senão lutar contra isso e sim, vencer.

Ter medo de tudo não é uma coisa exclusiva para mim ou para você. Há milhares de pessoas em todo o mundo que têm algum tipo de fobia. O número de fobias que existem é incompreensível e até mesmo inclui coisas aparentemente tolas, como por exemplo a cacofobia ou o medo da feiúra. O problema é que quando você tem transtorno de ansiedade, é extremamente fácil desenvolver e até mesmo criar fobias. 


Acontecia comigo o seguinte: se eu não me sentisse bem um dia na academia, não queria mais ir lá. Como se eu fosse passar mal de novo se eu fosse. Quando eu passava mal no trabalho, era um tormento... eu não podia largar tudo e sair correndo pra casa, como era o que eu queria fazer. Se eu visse qualquer notícia na televisão sobre, por exemplo, bactéria na comida, eu já ficava paranóica em comer fora de casa. Enfim, acabei criando uma bola de neve e acabei vivendo uma vida cheia de medo e consequentemente, cheia de limites. Eu não queria mais ficar sozinha nenhum minuto. Achava que eu ia passar mal e ninguém estaria lá para me socorrer... e então, sem socorro, eu morreria. 

Enfim, parece uma loucura aos olhos de uma pessoa “normal”, que não teve e não sabe o que é viver com síndrome do pânico e transtorno de ansiedade. Aliás, uma parte muito difícil desse mal é se afastar de seus amigos. Não poder contar com eles, porque eles não te entendem... ou porque você acaba tendo vergonha de contar a eles o que está acontecendo com você. Enfim, acabamos por nos tornar “anti-sociais”... e tudo acaba virando uma bola de neve.

Portanto, tenha cuidado e para não replicar os seus medos e transformá-los em fobias. Se concentre em neutralizá-los. Como? É simples. 

Lembre-se que nenhum desses medos que sentimos, faz sentido! Todas as vezes que você achou que fosse desmaiar, você desmaiou? Toda vez que achou que fosse ter um ataque cardíaco, você teve? Você morreu? Não! Então, esses medos são peças que a nossa mente nos prega e precisamos “educá-la” para que ela não continue fazendo. E a única forma de “educá-la”, é não dar razão à ela. É não acreditar do que ela quer que a gente acredite. É por exemplo, respirar fundo e pensar que nada vai acontecer com você quando toda aquele pânico bate. Fique simplesmente tranquilo, relaxe... e ele vai embora tão rápido como veio.

Você precisa se expor (gradualmente) à fonte do seu medo e enfrentá-lo tranquilamente (por mais difícil que seja!).

É possível aceitar a sua ansiedade 100% e assim aliviar todos os males que vem com ela também. A aceitação não é fácil, mas é de longe a forma mais eficaze mais acessível de tratamento. 

Ter fobias é normal, quase todo mundo tem uma. Mas o problema é quando você vira escravo delas. Por exemplo, viver é bem mais fácil pra uma pessoa que tem Coulrofobia (medo de palhaço), do que pra uma pessoa que tem Agorafobia. Ninguém vê palhaços o dia inteiro pela cidade, né? Logo, a Agorafobia limita muito mais a pessoa, do que a Coulrofobia por exemplo. Mas ambas são fobias. E fobia é algo com o qual você não tem que conviver para sempre. Só depende de você se livrar de seus medos. Eu sugiro que você desafie seus medos e os desmascare. Como eu disse, prove pra si mesmo que esse medo não tem fundamento.

Você tem medo da sua ansiedade e pânico e, portanto, permite que ela controle você. Você vive com medo de ter um ataque de novo, não é? Confie em mim, eu sei o que é ter transtorno de ansiedade, síndrome do pânico e todos os seus derivados... é realmente assustador. Mas também sei que, mesmo assim, ainda se pode chegar lá e fazer coisas que você pensa que você não pode mais fazer.

Não precisa correr e nem ter pressa. Engatinhe, se precisar, mas não tenha medo de enfrentar seus medos. 

Acredite, essa é uma das coisas mais libertadoras que você pode fazer!

As Origens da Ansiedade

Você já se perguntou por que você se sente completamente fora de controle quando você está ansioso? 

Quase como um ser primitivo ou algo assim? Bem, é porque - em sua essência - você ainda é um homem/mulher das cavernas.
Pense nisso: se você tirar sua casa, energia elétrica, comida enlatada, carro, celular, e todos os outros aparelhos modernos, você não é nada mais do que um macaco semi-calvo, apesar de ter uma boa aparência.

Veja que, nos últimos 200 mil anos os seres humanos não mudaram tanto assim. Na verdade, com exceção de algumas adaptações comportamentais importantes aproximadamente 50.000 anos atrás, somos fundamentalmente os mesmos.

Eu sei, é meio difícil de acreditar, não é? Quer dizer, se você tirasse do mundo a enegia elétrica e as leis, onde estaríamos? Embora a questão possa parecer sem importância, quando você se sentar e pensar sobre isso, isso explica muita coisa sobre o quão perto nós realmente estamos dos nossos ancestrais.   Eu acho que nós tendemos a esquecer de onde viemos e o que realmente somos, porque é desconfortável para nós pensarmos em nós mesmos como nada menos do que, algo especial.

Mas é o homem das cavernas dentro de você que realmente conta a história sobre o motivo da ansiedade ser uma parte tão importante de você. E se você ignorar essa parte de si mesmo, acho que você perde uma grande oportunidade de dar um passo proverbial para trás e entender as coisas sob outra perspectiva.

Então, vamos começar com uma visualização para nos ajudar a vermos como os povos da caverna nos ajudaram a desenvolvermos a nossa ansiedade.
Imagine-se por um minuto na idade da pedra, com “casacos”  feitos da pele de outros animais e tudo mais. Você está à caça de comida, mas você também poderia muito bem se transformar no “almoço” de outros animais, ao mesmo tempo.

Você acha que já viu lugares perigosos?! Tente-se imaginar no final da era Cenozóica, sem armas ou nem mesmo ferramentas de ferro! Este tipo de ambiente perigoso foi o que levou os seres humanos a desenvolverem um senso de perigo. Sem ele, nós não teríamos sobrevivido. 
Como resultado, ao longo dos últimos milhares de anos, o senso de perigo desenvolveu um “sistema de alarme”. E você sabe muito bem como ele funciona, porque você vê esse sistema de alarme funcionando toda vez que você entra em pânico ou se sente desconfortável/com medo com alguma coisa. 

O que eu estou chamando de “sistema de alarme” é, na verdade, a “resposta de luta ou fuga” (conjunto de mudanças bioquímicas que nos preparam para lidar com as ameaças.). E além disso afetar o modo como nossos corpos reagem ao estresse e ao perigo, também influencia a forma como pensamos. E aí está o motivo de eu estar escrevendo sobre isso.

Para me ajudar a explicar como esse sistema afeta os nossos padrões de pensamento, eu vou usar um exemplo do livro de Daniel Gardner, “A Ciência do Medo”. Nele, Gardner dá uma explicação genial de como o processo do pensamento humano pode ser dividido em dois campos rivais: sentimento e razão, ou o que Gardner chama de Gut e Head.

GUT

Se você pudesse ter o Gut sob controle, toda a sua ansiedade anormal acabaria, porque ele tem grande responsabilidade no seu problema de ansiedade. Gut está por trás dos pensamentos que você tem antes e durante um ataque de pânico, ou qualquer outro tipo de episódio de ansiedade. Os pensamentos do Gut são:

• Subconsciente
• Rápido
• Baseado em intuição
• Associado a “luta ou fuga”

Pensamentos baseadas em intuição podem ser muito rápidos no sentido de que eles fazem você se sentir ansioso antes mesmo de você saiba porque você está ansioso. É absurdamente rápido. É também o tipo de processo de pensamento do qual nossos ancestrais pré-históricos dependiam para sobreviver.

É fácil entender isso, olha só: se você estivesse andando pela floresta e visse um par de olhos brilhantes te olhando atrás de um arbusto, você realmente gostaria de ficar lá e analisar o que você estava te observando? Ou você prefereria deixar o Gut encontrar a melhor saída usando a velocidade da luz?

O Gut é aquele que quando você está atravessando a rua e um carro buzina vindo na sua direção, te faz correr pra calçada sem nem mesmo te dar a chance de pensar se é isso que você deve fazer. O Head, por outro lado é totalmente diferente do Gut.
HEAD

O Head é como o conselho de seus pais, às vezes difíceis de compreender e aceitar, mas está certo quase 99,99% do tempo. Head é a mente racional. É a parte do seu processo de pensamento que você usa para fazer decisões lógicas baseadas em evidências. Head é:
• Consciente
• Lento
• Baseado em fatos
• Calculista

Head nem sempre funciona com o Gut. Na verdade, o Gut, em muitos casos irá competir com Head para decidir a melhor ação ou reação para as coisas. E quem você acha que ganha na maioria das vezes? Claro que é o Gut. Isso acontece porque você não precisa de nenhum esforço para seguir o Gut, é mais fácil ir com o fluxo do instinto e hábito.
E quando se trata de como você pensa, os hábitos têm uma enorme influência sobre você e sua luta diária contra a ansiedade. Uma grande parte do porque isso acontece, está relacionada ao uso não intencional de algo chamado de “Viés de Confirmação”.

Viés de Confirmação é quando você favorece uma informação que reforça algo que já acreditamos. É como quando alguém ouve uma notícia sobre um tiroteio em alguma escola e diz: "viu, as armas são ruins e devem ser proibidas." Nesse caso, o evento ruim apenas confirmou o que a pessoa já acreditava.

Também é semelhante a quando você tem um sintoma de ansiedade física, como dor no peito por exemplo, que você já tem ligada à algo ruim. Então, quando você tem dor no peito, em vez de pensar nisso como se fosse apenas uma dor no peito, você está mais propenso a tirar conclusões precipitadas e achar que essa dor seja um possível ataque cardíaco ou algo nesse sentido. E você se desespera e aí então abre a porta para outros sintomas te atacarem de uma vez só.

Assim, em vez de olhar os seus pensamentos e sentimentos de forma imparcial, com Head, você desenvolveu uma maneira ansiosa de confirmar seus sintomas, o que torna mais difícil para você quebrar o ciclo, porque você confia suas reações para avaliar o perigo que a ansiedade representa para você, no Gut. Como resultado disso tudo, seus ciclos de ansiedade são mantidos vivos - em parte - pelo viés de confirmação, porque ele leva à coisas como:

• Mais generalização
• Filtros de pensamentos negativos
• Ampliação do pensamento/sentimento
• O raciocínio emocional (Gut)
• Interpretação errada de um fato

Então pensando que todo esse medo é causado de forma quase que inconsciente, parece ser para nós uma causa perdida. Mas não é. Você pode realmente usar Head- a lógica - em sua própria defesa, isto é, mesmo que demore, você pode usá-lo para influenciar Gut. Você pode fazer isso através de muita aprendizagem, e re-aprender a informação que desfaz suas suposições falsas sobre a ansiedade. 
Se você aprender que todos os sintomas que você sente durante uma crise de ansiedade não vão te matar, então você se tranquiliza durante a crise e evita que o pânico tome conta de você na hora. E assim você quebra o ciclo. Porque quanto mais ansiedade, mais pânico e quanto mais pânico, mais ansiedade. 

Ao longo do tempo, quando você começar a perceber que a ansiedade e o pânico, por mais nocivos que pareçam ser, eles não matam e nem nos levam à loucura, esta informação consciente vai se infiltrar na sua mente subconsciente onde se pode tomar posse e mudar sua reação à ansiedade para sempre. Tudo isto é possível porque Head é consciente e, portanto, controlável. É acessível a você, ao contrário do Gut, que está escondido nas profundezas da mente subconsciente.

Você precisa saber que não é sua culpa se você acha que a ansiedade (seguida de uma bela crise de pânico) vai matá-lo algum dia. É assim que deve funcionar. Ansiedade é projetada para colocar seu corpo em estado de alerta, usando as mais sórdidas sensações, de modo nadinha agradável!

Mas todos os sentimentos e pensamentos desagradáveis que você tem, têm um propósito no contexto geral, só que para você o efeito disso foi ampliado desnecessariamente, e a chave para você sair dessa, é aprender a colocar tudo isso novamente na linha.

Só não se esqueça de que a ansiedade é uma parte natural de seu instinto de sobrevivência, mesmo que isso te faça se sentir um lixo! E, goste ou não, tudo isso se deve ao fato de que somos pessoas que vivem na caverna do mundo moderno, com o estresse moderno.

Você está andando por aí com um sistema de alarme interno que foi feito para mantê-lo vivo em um ambiente moderno que não existiu por quase um quarto de milhão de anos! Isto é, todo este instinto de medo que tivemos que desenvolver por todos esses anos de evolução, agora não são tão mais necessários como eram quando precisávamos ir à caça contra animais muito maiores e mais fortes que nós. Mas esse instinto de sobrevivência não pode ir embora, ainda precisamos dele... mas de uma forma bem mais “light”.

Isso tem feito as nossas vidas mais difíceis, eu sei... não é fácil para você e para todos nós, que temos esse problema de ansiedade e pânico.

Eu só quero que você saiba que não existe nada na ansiedade que não seja natural ou além da sua capacidade de lidar com ela. Ela tem estado conosco desde sempre, e assim sempre permanecerá. Precisamos apenas saber como lidarmos com ela... e controlá-la ao invés de deixarmos ser controlados.


E eu sei que esse post está meio confuso, tentarei esclarecer mais sobre isso mais pra frente.

Adrenalina - O Suco de Ansiedade

Então, quando você tem um ataque de ansiedade e pânico, o que exatamente está acontecendo dentro do seu corpo? 

Os sintomas mais frequentes são: freqüência cardíaca acelerada, respiração descontrolada, suor e a sensação de que você só quer sair do lugar que você está. 

Às vezes, quando estamos dominados pelo stress e ansiedade, o nosso corpo reage lançando no organismo, um químico chamado adrenalina ou o que eu chamo de "suco de ansiedade". Imagina a adrenalina sendo o combustível desse monte de sintomas e sensações que você sente.
 
A adrenalina é um hormônio e neurotransmissor que ativa o “mecanismo de luta ou fuga” no seu cérebro e no seu corpo. O “mecanismo de fuga ou luta” é ativado quando o cérebro registra perigo ou uma situação de estresse elevado, é basicamente uma ferramenta de sobrevivência que todos os animais têm. (vou explicar sobre isso mais detalhadamente depois)

Uma vez que seu cérebro recebe uma mensagem de que você está em apuros, a adrenalina é bombeada para a corrente sanguínea e faz com que sua respiração acelere (para captar mais oxigênio), o seu ritmo cardíaco aumente (para levar mais oxigênio às células), dilata as pupilas (para melhor visão), aumenta a produção de suor (para manter o corpo resfriado, em caso você precise lutar ou correr e o corpo não se super aquecer ) e cria de uma forma geral (mas horrível) o sentimento de medo. Esta reação é supostamente para ajudar a sobreviver a uma situação potencialmente fatal. Mas 99% das vezes, para as pessoas que sofrem de transtorno de ansieade, esse é um alarme falso e mesmo que seu corpo se sinta em perigo e sinta todos os sintomas do medo desse perigo, não há nada acontecendo.

A adrenalina fica nas glândulas supra-renais (em cima dos rins). A produção de adrenalina é regulado pelo sistema nervoso simpático e pelo sistema nervoso parassimpático, que ajudam a controlar os movimentos do nosso corpo e controlar a produção de adrenalina. Quando estamos sob estresse e ansiedade, perdemos o equilíbrio entre esses dois sistemas e isso pode levar à intensificação das funções normais dos órgãos.

Quando estes dois sistemas nervosos estão em equilíbrio, normalmente não pecebemos o nosso coração batendo,  nem a velocidade e o ritmo da nossa respiração. Mas quando estamos ansiosos ou muito estressados, o corpo produz e libera a adrenalina, que excita os órgãos e faz com que você fique consciente das funções normais do seu corpo. Isso pode, naturalmente, fazer você pensar que vai morrer ou que algo grave está acontecendo.

A verdade é que esse padrão de medo, adrenalina, ansiedade e pânico é sempre o mesmo. O corpo sempre irá criar o mesmo tipo de sensações e você precisa estar ciente que estas sensações não vão te fazer mal algum. Para ficar mais tranquilo e acreditar nisso, é bom ir a um médico, fazer alguns exames e ouvir da boca dele que você não tem nada e é saudável. (Quantos de nós não já fizemos isso??) Mas depois de ter sido tranquilizado por um médico, você precisa mesmo acreditar que está saudável e que todos esses sintomas são frutos dessa ansiedade somente. Eu sei que é difícil aceitar, mas você tem que entender que tudo isso não passa do seu corpo e da sua mente pregando peças em você.


Mas por que o corpo e mente fazem isso??

Talvez, a resposta esteja nos instintos primitivos do homem.

Vou TENTAR explicar nos próximos posts, não é uma tarefa fácil. ;)

Se alguém tiver algo a acrescentar, por favor... fique à vontade!

Ansiedade: O princípio de tudo?

Quando temos um problema, precisamos primeiro entendê-lo e saber quais são suas possíveis causas, para então podermos lidar com ele, certo?
Então, para nos livrarmos da síndrome do pânico, precisamos primeiro entendê-la e por isso vou começar falando sobre o transtorno de ansiedade, que tem um papel bem grande nessa história.

O que é o exatamente o Transtorno de Ansiedade?  

Segundo a Wikipedia:

"A ansiedade é um estado fisiológico caracterizado por (a mente) cognitiva, somática (nervos), os componentes emocionais (sentimentos) e comportamentais".

"O Transtorno de Ansiedade é caracterizado pela ansiedade de longa duração que não é focada em um objeto em particular ou situação."  

O Transtorno de Ansiedade é um estado de preocupação e medo que seu sistema nervoso somático experimenta e exagera. Ela pode ser desencadeada por fatores hereditários, um desequilíbrio químico (hormônios) no corpo ou por mudanças/momentos estressantes na sua vida (que é o mais comum). 

A ansiedade causa um estado de tensão e preocupação que geralmente geram sintomas físicos,  que experimentados a longo prazo, nos levam a construir uma preocupação sobre os sintomas. Você começa a se preocupar que a qualquer momento você pode ter o que eu chamo de um "ataque".

Os sintomas causados pela ansiedade são muitos. Palpitações, aceleração do batimento cardíaco, despersonalização (sentimento de irrealidade), urgência (de sair andando, correndo, mover-se), dores musculares, dormência em partes do corpo, tontura,  sensação de desmaio, dor de cabeça e dor na cabeça (como se tivesse facas ou agulhas sendo fincadas na cabeça), dor no peito, falta de ar, medo de perder o controle, medo de ficar louco, assustar-se e impressionar-se facilmente, ondas de calor ou frio no corpo, suor, dor de barriga (diarréia), azia, tremedeira, preocupação excessiva com a saúde,  depressão, insônia, medo de morrer, medos e preocupações exageradas, enfim... a lista é bem vasta. 

Os que eu coloquei aí são os mais comuns e eu já experimentei quase todos. Essa é a coisa sobre a ansiedade que eu mais odeio, ela sempre vem com vários sintomas de uma vez e realmente te dá a sensação que você está morrendo ou que tem algo de muito errado com você. 
Mas o que você precisa entender é que NÃO é verdade. Você não está morrendo e nem tem nada de errado com você.

A ansiedade é uma onda de medo e  preocupação constante com as coisas que a gente acha que pode acontecer, mas não acontecem. Por acaso, você morreu em alguma das vezes que teve uma crise pânico e achou que fosse morrer?!
 
A ansiedade pode ser um monte de coisas mas não é loucura.

Você precisa entender que, embora viver com ansiedade seja muito difícil, isso não significa que você seja louco. 

Vou tentar explicar nos próximos posts como tudo isso acontece no nosso corpo, onde o pânico entra nessa história e principalmente, mostrar que apesar de parecer o fim do mundo, isso tudo é inofensivo.

Existe algum sintoma que você tenha e que eu não coloquei na lista? 

Não tenha vergonha de dividir a sua experiência!