Como resultado de uma convivência com a ansiedade, você está vulnerável ao desenvolvimento de fobias.
Por
exemplo, eu tive distúrbio de ansiedade por anos e consequentemente
desenvolvi síndrome do pânico e como se não bastasse, também Agorafobia (medo
de estar sozinho, medo de passar mal em local público, dependência de
outros, sentimento de que o ambiente é irreal, agitação, tremor...
enfim). Uma coisa nada legal de se acontecer
com uma menina de 20 e poucos anos. Mas, aconteceu e nada eu puder fazer
senão lutar contra isso e sim, vencer.
Ter medo de tudo não é uma coisa exclusiva para mim ou para você. Há milhares de pessoas em todo o mundo que têm algum tipo de fobia. O
número de fobias que existem é incompreensível e até mesmo inclui
coisas aparentemente tolas, como por exemplo a cacofobia ou o medo da
feiúra. O problema é que quando você tem transtorno de ansiedade, é
extremamente fácil desenvolver e até mesmo criar fobias.
Acontecia
comigo o seguinte: se eu não me sentisse bem um dia na academia, não
queria mais ir lá. Como se eu fosse passar mal de novo se eu fosse.
Quando eu passava mal no trabalho, era um tormento... eu não podia
largar tudo e sair correndo pra casa, como era o que eu queria fazer. Se
eu visse qualquer notícia na televisão sobre, por exemplo, bactéria na
comida, eu já ficava paranóica em comer fora de casa. Enfim, acabei
criando uma bola de neve e acabei vivendo uma vida cheia de medo e
consequentemente, cheia de limites. Eu não queria mais ficar sozinha
nenhum minuto. Achava que eu ia passar mal e ninguém estaria lá para me
socorrer... e então, sem socorro, eu morreria.
Enfim, parece uma loucura aos olhos de uma
pessoa “normal”, que não teve e não sabe o que é viver com síndrome do
pânico e transtorno de ansiedade. Aliás, uma parte muito difícil desse
mal é se afastar de seus amigos. Não poder contar com eles, porque eles
não te entendem... ou porque você acaba tendo vergonha de contar a eles o
que está acontecendo com você. Enfim, acabamos por nos tornar
“anti-sociais”... e tudo acaba virando uma bola de neve.
Portanto, tenha cuidado e para não replicar os seus medos e transformá-los em fobias. Se concentre em neutralizá-los. Como? É simples.
Lembre-se que nenhum
desses medos que sentimos, faz sentido! Todas as vezes que você achou
que fosse desmaiar, você desmaiou? Toda vez que achou que fosse ter um
ataque cardíaco, você teve? Você morreu? Não! Então, esses medos são
peças que a nossa mente nos prega e precisamos “educá-la” para que ela
não continue fazendo. E a única forma de “educá-la”, é não dar razão à
ela. É não acreditar do que ela quer que a gente acredite. É por
exemplo, respirar fundo e pensar que nada vai acontecer com você quando
toda aquele pânico bate. Fique simplesmente tranquilo, relaxe... e ele
vai embora tão rápido como veio.
Você precisa se expor (gradualmente) à fonte do seu medo e enfrentá-lo tranquilamente (por mais difícil que seja!).
É possível aceitar a sua ansiedade 100% e
assim aliviar todos os males que vem com ela também. A aceitação não é
fácil, mas é de longe a forma mais eficaze mais acessível de
tratamento.
Ter fobias é normal, quase todo mundo tem
uma. Mas o problema é quando você vira escravo delas. Por exemplo, viver
é bem mais fácil pra uma pessoa que tem Coulrofobia (medo de palhaço),
do que pra uma pessoa que tem Agorafobia. Ninguém vê palhaços o dia
inteiro pela cidade, né? Logo, a Agorafobia limita muito mais a pessoa,
do que a Coulrofobia por exemplo. Mas ambas são fobias. E fobia é algo
com o qual você não tem que conviver para sempre. Só
depende de você se livrar de seus medos. Eu sugiro que você desafie seus
medos e os desmascare. Como eu disse, prove pra si mesmo que esse medo
não tem fundamento.
Você tem medo da sua ansiedade e pânico e,
portanto, permite que ela controle você. Você vive com medo de ter um
ataque de novo, não é? Confie em mim, eu sei o que é ter
transtorno de ansiedade, síndrome do pânico e todos os seus derivados...
é realmente assustador. Mas também sei que, mesmo assim, ainda se pode chegar lá e fazer coisas que você pensa que você não pode mais fazer.
Não precisa correr e nem ter pressa. Engatinhe, se precisar, mas não tenha medo de enfrentar seus medos.
Acredite, essa é uma das coisas mais libertadoras que você pode fazer!
Vc podian dar seu relato pessoal, suas impressões, suas dificuldades, como está passando agora, o que ainda acontece, o que vc ainda faz pra evitar...
ReplyDeleteAcho q seria mais inspirador :)
Claro! Vou sim escrever também sobre isso. Mas acho importante escrever e discutir sobre pânico e ansiedade em geral. Foi lendo e entendendo o que estava acontecendo comigo que me ajudou. :)
ReplyDeleteCarol.
ReplyDeleteeu tenho tag, transtorno de ansiedade generalizada , mas não cheguei a desenvolver síndrome do pânico e sim medo..medo de doença..medo de Câncer de mama (esse é o maior)..já fiz vários exames e nunca dá nada...'já deu nódulo, cisto etc...mas até agora tudo benigno Graças a Deus..mas eu desenvolvi esse medo e todo mundo me acha maluca..vc sabe sobre o tag? vc tb tem? diz pra mim que eu vou melhorar...estou precisando ouvir isso..quando acho que estou boa, vem a recaída..ai ai tô cansada..mas vou vencer, hoje resolvi que quero vencer..mas uma ajuda de quem já passou por isso já ajuda MUITO...e por compaixão por favor não abandone o blog..vc está fazendo o bem para muita gente beijos
Andrea, mil desculpas por ter demorado tanto a responder seu comentário! Espero que neste período você tenha melhorado. Sim, eu tive tag. E desenvolvi muito medo de doenças também. Acredito que tive isso porque minha mãe morreu de câncer quando eu tinha 4 anos. Minha avó, que cuidou de mim quando minha mãe morreu, teve câncer 3 vezes anos após a morte da minha mãe. Eu cresci em um ambiente "doente"... sempre ouvindo falar de doença, presenciando tratamento... acho que isso influenciou demais o tag em mim. Acho que primeiramente, a dica mais preciosa que posso te dar é de não procurar na internet sobre sintomas físicos que você sente. Eu fazia muito isso. E na internet encontramos uma doença grave para qualquer sintoma que procuramos. Porque a internet é generalizada. Se você sentir algum sintoma persistente, vá ao médico... ele sim vai poder contextualizar seus sintomas e comparar à exames que você venha a fazer. Outra coisa que me ajudou muito foi lembrar que estamos nesse mundo de passagem e que eventualmente, um dia morreremos. Então aceitar isso me ajudou a não ficar paranóica com doenças. O importante é vivermos bem o hoje, sermos felizes e se infelizmente ficarmos doentes, procuraremos tratamento, que hoje há para quase tudo. Fica tranquila em relação à isso... não viva sua vida se preparando para vencer uma doença que nem bateu à sua porta... e que talvez nunca bata! Continuarei postando sempre que puder... fico feliz em saber que posso ajudar alguém, mesmo que seja de tão longe. Fique bem. Carol x
Delete